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Organização Autônoma Descentralizada (DAO)

Um novo tipo de organização para um novo paradigma — explicamos em detalhes

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Escrito por Armando
Atualizado ontem

A tecnologia blockchain veio para reduzir (ou eliminar) intermediários. Uma característica central dessas redes é justamente a possibilidade de operar sem precisar confiar em terceiros para validar transações.

Mas isso vale só para o Bitcoin?

De jeito nenhum. A aplicação monetária da blockchain é só uma das possibilidades. As blockchains também possibilitam novos modelos de governança, que permitem tomar decisões coletivas sem uma autoridade central ou hierarquia tradicional.

O que é uma DAO?

Uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO) é uma organização que pode operar de forma autônoma, sem uma autoridade central. Seus processos e regras são codificados em contratos inteligentes (smart contracts) e executados automaticamente.

As regras que orientam a DAO são definidas por votações dos participantes e ficam registradas em software de código aberto. Geralmente, a posse de um token dá direito a participar das votações e a propor mudanças. Esse mecanismo cria incentivos para alinhar os interesses da organização e dos seus membros, resolvendo o problema de coordenação mesmo sem uma estrutura hierárquica formal.

Por ser descentralizada, uma DAO não está limitada a uma jurisdição específica — ela pode existir para além de fronteiras.

Um exemplo prático: Bitcoin como precedente

O Bitcoin tem regras predefinidas no seu software de código aberto e não depende de um Estado, empresa ou autoridade central para funcionar — sua coordenação é feita pelo consenso dos nós da rede, que verificam transações e propõem melhorias ao protocolo.

Pelo princípio de funcionamento, é possível considerar o Bitcoin como um antecedente — ou até como uma forma inicial de DAO — por operar de modo autônomo e descentralizado.

Hoje existem milhares de projetos organizados como DAOs, com propósitos e graus de descentralização variados.

Um exemplo bastante conhecido é a MakerDAO, que governa o protocolo Maker na rede Ethereum.

O Maker permite a emissão da DAI, uma stablecoin indexada ao dólar, e as decisões sobre parâmetros importantes do protocolo (como níveis de colateralização) ficam nas mãos dos detentores do token MKR, que votam nas propostas de governança.

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